data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Basta uma ida de carro ao centro de Santa Maria para notar a falta de estacionamentos disponíveis. Apesar de ser um problema comum nas grandes cidades devido ao aumento da frota de veículos, falhas no sistema de fiscalização da Zona Azul agravam ainda mais situação.
Em essência, o uso dos parquímetros surgiu com o objetivo de proporcionar a rotatividade dos veículos em áreas de grande movimento. Por isso, uma pessoa não deve deixar o carro estacionado no mesmo local por um período maior que duas horas. O condutor que não cumprir com essa normativa está sujeito a ser multado e ter o carro recolhido. No entanto, a medida gerou controvérsias, principalmente em locais próximos a hospitais, clínicas, escolas e agências bancárias, onde as pessoas costumam passar mais tempo. Somado a isso, aplicativos como o Digipare - que opera a nível nacional - permitem que o usuário renove o bilhete de estacionamento por infinitas vezes, sem precisar remover o veículo da vaga.
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- No momento em que termina o prazo para retirar o carro da vaga, a pessoa coloca um outro ticket. Não tem como comprovar se o carro estava ou não ali antes - comenta o secretário adjunto da Secretaria de Mobilidade Urbana, Rui Fabrim.
O professor da Universidade de Santa Maria, Doutor em Mobilidade Urbana, Carlos Félix acredita que é necessário investir mais na supervisão da rotatividade, seja de maneira presencial ou por meio de aplicativos, permitindo, assim, um uso mais racional das vagas por todos.
- Se um só poder ficar todo o dia na mesma vaga, estará privatizando o espaço público. Temos que pensar mais coletivamente - reforça o professor.
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FISCALIZAÇÃO
Atualmente, a cidade conta com cerca de 35 parquímetros e 1500 vagas de estacionamento, número que pode variar de acordo com o surgimento de obras na pista, por exemplo. No entanto, a Rek Parking, atual empresa responsável pelo serviço, pode ofertar até duas mil vagas - número definido em contrato. O controle da Zona Azul se dá basicamente pelo trabalho dos fiscais de trânsito e de um veículo com câmeras que percorre as ruas e funciona como uma espécie de "radar móvel". O superintendente da Secretaria de Mobilidade Urbana e fiscal do contrato da Rek Parking, Silvio Souza explica que atualmente a falta de rotatividade não se trata de um grande problema, mas reconhece a falha no sistema e a dificuldade em fiscalizar.
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-Teríamos que ter um fiscal de trânsito em cada esquina para poder controlar bem quem passa das duas horas, sendo que para nós a evasão dessas receitas, a utilização dessas vagas não é tão significativa no sistema. Entendemos que a remoção do automóvel é uma medida muito drástica porque nem sempre a pessoa está fazendo aquilo para burlar o sistema. Mas há sim necessidade de rotação, porque, se não, as pessoas vão trabalhar e deixam o carro ali o dia inteiro - diz Silvio.
Para sanar esse problema, a prefeitura em parceria com a empresa Rek Parking estuda a elaboração de um aplicativo próprio. Ainda sem data para entrar em vigor, a plataforma permitirá que o usuário faça recargas de créditos. A tarifa será descontada no momento em que a pessoa for estacionar o carro em uma vaga que será geolocalizada e identificada por um número. Com isso, será possível constatar e comprovar quando o veículo não é retirado da vaga após as duas horas.
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O gerente regional da Rek Park, Vinicius Macedo, conta que o nome deste aplicativo é Rek Pay, e ele já funciona em outras cidades.
- Estamos estudando o uso do app nesses outros municípios, para conseguirmos coibir em Santa Maria a ação de permanecer por mais de 2 horas nas vagas. Com as vagas numeradas e geolocalizadas, será mais fácil esse controle. Mesmo sem data definida, os usuários já podem ver a mudanças sendo feitas, pois já estamos demarcando e numerando as vagas - diz ele.
*Colaborou Natália Müller Poll